quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Armadilha digestiva

Ao ver um animal silvestre no parque as pessoas podem pensar que ele deve estar com fome e, seja por desinformação, seja por ingenuidade, acabam alimentando os bichinhos com produtos impróprios. No mirante da Serra do Rio do Rastro, ao sul de Santa Catarina, esse hábito é comum entre os turistas e visitantes. Os animais, curiosos, se aproximam da mureta de proteção, em busca de um complemento alimentar.

Uma equipe de chefes do Grupo Escoteiro Djalma Escaravaco observou a má nutrição dos mamíferos quatis que habitam o costão da serra. Com o objetivo de interagir com um animal silvestre, o turista acaba utilizando como saída a comida industrializada, tais como, salgadinhos, bolachas recheadas, biscoitos, entre outros. Mercadorias estas disponíveis nos pequenos estabelecimentos localizados ao longo da rodovia, inclusive no próprio mirante.

Os quatis são animais frugívoros e eventualmente carnívoros. A ingestão do alimento inadequado pode levar o bicho a desenvolver problemas no trato digestivo “Os animais não estão preparados para digerir e sintetizar esse tipo de alimento: flavorizantes, conservantes, corantes”, explica Geverson Teixeira, biólogo e mestre. Inclusive a época reprodutiva do quati corresponde com o período máximo em abundância de frutas. “Alterar esta cadeia alimentar pode comprometer o seu nicho ecológico, onde a possibilidade, futuramente, ocasionar a degeneração genética da espécie”, conclui o biólogo.

Dica da “Onda Verde” – Cabe às autoridades públicas da região providenciarem materiais explicativos, bem como, painéis informativos e campanhas de conscientização de não alimentação dos animais.

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