domingo, 6 de dezembro de 2009

Um desabafo climático


De olho na Natureza!

Que as mudanças climáticas já estão acontecendo no Sul do país não temos dúvida (SC e RS), porém o Brasil só fala no criminoso desmatamento da Amazônia, tanto os órgãos governamentais quanto a comunidade cientifica e ambientalista, com ampla cobertura da mídia. A impressão que se tem é que só o desmatamento da Amazônia é que emite CO², ignoram outras fontes sujas como a combustão e queima de combustíveis fósseis, que além de emitir gases efeito estufa emitem também gases prejudiciais à saúde pública.

Estes influenciam no desequilíbrio do clima, tanto quanto o calor emitido pelas termelétricas. Não consideram as tragédias do clima no Sul de SC que estão causando pânico na população, matando e destruindo, tanto em áreas urbanas quanto rurais, com enormes prejuízos materiais. Estamos participando de vários seminários, encontros e reuniões sobre mudanças climáticas em todo país, patrocinado por várias ONGs.

Outro dia comentei que o município de Araranguá – epicentro do furacão Catarina havia sido contemplado com três eventos climáticos de considerável magnitude num período de apenas 15 dias, como a segunda maior enchente da bacia hidrográfica do rio Araranguá, felizmente sem vítimas, uma chuva de granizo com pedras de sete cm de diâmetro e um inédito tornado na segunda quinzena de setembro, ou seja, uma semana antes do II EFAMuC.

A descrição não poderia ser mais trágica, considerando o sofrimento das pessoas atingidas e os prejuízos materiais, mas um comentário inapropriado ironizou que o município era o epicentro e que então tinha que se acostumar. Numa outra ocasião comentei da menina de treze anos que havia presenciado três eventos climáticos, iniciando com o furacão quando morava em Criciúma, depois três enchentes na Barranca e por último o tornado onde está morando no bairro Alto Feliz, quando um senhor inocentemente ironizou que então é ela que atrai o problema.

OBS. Se um vento repentino ou uma nuvem escura já é motivo de pânico na vida das pessoas que moram na região, imaginem então quando acontece o fenômeno! Não é qualquer ‘’ventinho’’ ou vendaval que vira dois caminhões numa rodovia como a BR-101 e não é qualquer ‘’ventinho’’ que provoca ondas de seis metros como acorreu no Pântano do Sul na Ilha de Florianópolis. Nenhum dos eventos do dia 19 de novembro foi previsto com a violência e gravidade que ocorreu no sul do país, entre Porto Alegre/RS e Florianópolis/SC e por fim anunciaram como vendaval, quando as características foram de furacão e ciclone extratropical.

Algo está errado com a eficiência da ciência da meteorologia, eventos como o do Catarina já causaram controvérsias na época, é preciso, portanto, buscar explicações com a geofísica e a oceanografia por exemplo. Estatisticamente a tendência é intensificar os eventos climáticos, porém não estão sendo adotadas medidas preventivas e a população não está preparada para uma adequada adaptação.

Realizamos o II Encontro de Fenômenos Naturais, Adversidades e Mudanças Climáticas da Região Sul, em 07 e 08 de Outubro, em Araranguá, e uma carta/manifesto foi lançada com as principais demandas, onde consta a elaboração de estudos mais profundos como forma de esclarecer a população que quer respostas as tragédias do clima e a criação de um Observatório do Clima em Araranguá.

AS POPULAÇÕES AFETADAS PELAS TRAGÉDIAS DO CLIMA CONTINUAM QUERENDO RESPOSTAS!!!


Por,
Tadeus dos Santos
Ambientalista e Colaborador do Blog
ONG Sócios da Natureza

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