sexta-feira, 28 de novembro de 2008

Solo de SC está desmanchando

O professor do Departamento de Análise Geoambiental da Universidade Federal Fluminense (RJ), Júlio César Wasserman, afirmou que parte do solo de Santa Catarina está desmanchando. O especialista disse que o desabamento de terra ocorrido nas encostas de cidades do Estado devido às fortes chuvas é um processo chamado solifluxão. Segundo ele, na maior parte das vezes, o fenômeno acontece devido ao desmatamento das encostas. "Quando se tem ocupação de favelas ou residências com pouca estrutura nessa áreas, esse processo vai ocorrer", disse.

Ele explicou que a espessura do solo das encostas é relativamente reduzida e que quando há chuvas, as águas penetram até a rocha sã (tipo de rocha que não virou solo). Por esse motivo, a terra ultrapassa sua capacidade de absorver essa água. Fato acontecido em Santa Catarina. "A formação é como se fosse uma manteiga derretendo em um bloco de gelo", exemplificou.

O professor defendeu a realização de trabalhos de conscientização da população, a exemplo dos feitos nas cidades de Petrópolis e Teresópolis, no Rio de Janeiro. "Quando atinge uma determinada quantidade de chuva, eles mesmos tomam a iniciativa de abandonar a casa e se instalarem em outros locais", contou.

O pesquisador também destacou que, além de perder as casas, muitas famílias deverão perder os terrenos onde as moradias estavam construídas, já que as áreas desapareceram no meio da enxurrada. De acordo com ele, nos locais em que o solo se acomodar, será possível fazer uma análise geotécnica.

Nesses casos, as famílias serão orientadas sobre como reconstruir suas casas. Para ele, no entanto, o quadro visto na catástrofe é de barrancos desmoronados e nessa situação a recuperação do terreno será praticamente impossível. "O custo para se construir uma casa pendurada em um barranco é muito alto. Essas pessoas infelizmente vão perder o terreno", afirmou.

Na opinião de Wasserman, a responsabilidade pelos prejuízos é do Estado. "Acho que existe uma grande responsabilidade do Estado em ter legalizado esse terreno. Mesmo nas situações de invasão. Acho uma irresponsabilidade o fato do Estado ter controlado essa ocupação nessas áreas de risco", afirmou.


Fonte: Agência Brasil

Um comentário:

JAIRO VIANA disse...

"Nós podemos desrespeitar a lei dos homens, mas nunca as leis da natureza." (Júlio Verne)

Luiz XV e seu “séqüito ruralista”, atendendo à poderosa agroindústria catarinense (que elege muitos políticos catarinenses) e, fazendo de bobos e massa de manobra os produtores rurais, vão empurrar goela abaixo do povo catarinense o hilário “Código Ambiental de Santa Catarina” que quer diminuir as áreas de Preservação Permanente.

Justamente nestas áreas, sob o manto da impunidade e falta de controle do Poder Público, é que, a grande maioria das vítimas fatais ocorreram, nesta tragédia anunciada. Ocorrerão outras, mortes e tragédias. Chegará o dia em que se responsabilizará civil e criminalmente os agentes públicos municipais (principalmente) que permitem, cobram impostos, deixam ligar energia elétrica e água em edificações erguidas em áreas em que, além das restrições da legislação ambiental, a Lei do Parcelamento do Solo Urbano (Lei n º 6.766/79 – art. 3º) proíbe.

Enquanto isto nossas “otoridades” (nos três níveis) mantém o couro alemão de seus sapatos, lustrado e limpos! Sem uma séria coordenação entre Defesa Civil Nacional e Estadual, com a instalação permanente de um Gabinete de Crise, com a participação efetiva e com agilidade das Forças Armadas e PM/SC, a solidariedade continuará sendo a melhor arma contra as tragédias.

Nós, o povo, pagando a conta através de uma das maiores cargas tributária do planeta! E eles ainda anunciam número de conta bancária para depósito???!!! Peguem o meu que já está aí ...e o utilizem com parcimônia por favor....sem sacanagem e sem roubalheira!

Fui lembrar de outro francês metido: o Charles De Gaulle ....olhó ...lhó!!!

Jairo Viana

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