sexta-feira, 10 de outubro de 2008

Novo caso de nascimento virgem de tubarão intriga cientistas

Pesquisadores confirmaram um segundo caso de "nascimento virgem" em tubarões. Em um estudo publicado nesta semana na revista especializada Fish Biology, cientistas afirmam que testes de DNA provaram que um filhote carregado por um tubarão fêmea em um aquário da Virgina não tinha material genético vindo de um macho.

O primeiro caso registrado de reprodução assexuada, ou partenogênese, entre tubarões envolveu um filhote de cabeça-de-martelo (foto ilustrativa) em um zoológico de Omaha (EUA)."O primeiro não foi uma aberração", disse Demian Chapman, cientista especializado em tubarões e principal autor do segundo estudo, em nota. "É possivelmente algo que as fêmeas de várias espécies de tubarão podem fazer de vez em quando".

Os pesquisadores advertem que os raros nascimentos assexuados dão devem ser vistos como uma possível solução para o declínio da população global das várias espécies de tubarão. Os tubarões de aquário que se reproduziram sem machos geraram apenas um filhote cada, enquanto que algumas espécies podem gerar ninhadas de uma dúzia ou mais. "É muito improvável que um pequeno número de fêmeas sobreviventes consiga aumentar a população rapidamente por meio de nascimentos virgens", disse Chapman.

O mistério veterinário começou há 16 meses, após a morte de Tidbit, um tubarão fêmea da espécie blacktip que viveu por oito anos no Virginia Aquarium & Marine Science Center. Nenhum macho da espécie viveu no aquário por oito anos.Em maio de 2007, a fêmea de 1,5 metro e 42 kg morreu, e o filhote de foi descoberto durante a necropsia, surpreendendo os funcionários do aquário.

Eles imaginaram que o filhote embrionário seria fruto de partenogênese ou do cruzamento da fêmea com um macho de outra espécie.Casos de nascimento virgem já foram documentados em alguns peixes ósseos, anfíbios, répteis e pássaros, e havia suspeitas de que pudesse ocorrer com tubarões. O filhote de tubarão formado dessa maneira recebe um conjunto de cromossomos quando o material genético da mãe se divide durante o desenvolvimento do óvulo e então se junta de novo.

Sem os cromossomos que estariam no esperma do macho, os filhotes de uma reprodução assexuada têm diversidade genética menor e, dizem os cientistas, podem se ver em desvantagem para sobreviver.


Fonte: Estadão Online

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